
Sinopse: “Prairie Johnson é uma garota cega que, ao alcançar seus vinte e um anos, simplesmente desaparece. Sete anos depois, ela retorna, e o mais surpreendente, com a visão perfeitamente restaurada. A jovem (Brit Marling), tenta explicar aos pais o que realmente aconteceu durante sua ausência, onde estava e as experiências que viveu. Mas nem todas as partes desta história, para a surpresa de todos, são fáceis de se compreender. Segundo Prairie, ela nunca realmente se foi, mas estava em outro plano, um lugar desconhecido, um lugar invisível”.
Título: The O.A. (Série Original Netflix) – 1ª Temporada.
Duração: 8 episódios de aproximadamente 60 minutos cada.
Criação: Zal Batmanglij e Brit Marling.
Gênero: Drama, Suspense.
Lançamento: 16 de dezembro de 2016.
Algumas Impressões
Houve uma época em que eu assistia várias séries diferentes, tanto live action quanto animadas e de canais e plataformas distintas, e mantinha todos os episódios em dia. Esses tempos áureos antecederam a minha entrada na vida de “adultinha”, e agora, é com grande pesar que comunico que a única coisa em dia na minha vida são as decepções. Tudo bem, eu estou exagerando, mas se tem uma coisa que eu gostaria de fazer mais é assistir a séries, principalmente depois que a Netflix chegou em nossas vidas. Mas, unindo todos os meus compromissos, principalmente a quantidade de livros que tenho para ler mensalmente, isso se torna cada vez mais impossível. Indicações não faltam, e como tive um janeiro incomum e repleto de viagens, aproveitei uma delas para assistir a uma das novas apostas da Netflix, “The O.A.”, uma produção original da plataforma em parceria com a empresa Plan B, de Brad Pitt. Criada por Zal Batmanglij e Brit Marling, que também faz o papel da protagonista, possui uma premissa interessante, permeada por uma aura de mistério que envolve tanto o enredo quanto suas sub tramas e que traz à tona discussões inusitadas acerca de nossa própria existência – e claro, da morte. Produzida quase em segredo completo (já que depois de anunciar a produção, o canal não divulgou novas informações por quase um ano), a série envolve mistério e ficção científica, e a primeira temporada, que foi liberada a partir de 16 de dezembro do ano passado, possuí oito episódios de quase uma hora de duração cada. Na trama, Prairie Johnson é uma jovem cega que desapareceu sem deixar rastros. Sete anos depois de seu suposto sequestro, ela retorna para casa com estranhas cicatrizes nas costas. Mas, o mais surpreendente em relação a este retorno é que ela inexplicavelmente recuperou a visão. Apesar da capacidade que possui para despertar o interesse dos expectadores, “The O.A.” peca um pouco no que diz respeito a duração dos episódios, que são extremamente longos para a densidade da trama, e no roteiro, pois, basicamente, duas tramas centrais se desenrolam paralelamente ao longo dos episódios, com interferências de sub tramas ligadas à história de cada um dos cinco integrantes do grupo reunido por O.A. – o que por vezes dificulta o envolvimento e a compreensão de determinados fatos. Entretanto, apesar do que a crítica vem pregando, na minha opinião, os pontos positivos superam os negativos. Com uma atuação impecável, Brit Marling é um dos grandes destaques da série em suas diferentes fases (e isso apenas dentro desta primeira temporada), e o inusitado grupo formado pelos cinco personagens a quem O.A. conta a história de seus sete anos de cárcere traz diferentes discussões que permeiam a sociedade estadunidense, com clichês de colegial (o brigão, o uso de drogas, o atleta em busca da bolsa de estudos, etc.) somados a discussões mais abrangentes, como a transexualidade.



Com cenários incríveis, uma fotografia impecável e movimentos de câmera precisos, outro ponto que merece destaque é a parte técnica. Desde o bairro onde se passa um dos desdobramentos até o cativeiro de O.A. e a realidade do pós-morte, as locações foram pensadas de um ponto de vista realista (para o bairro padrão norte americano) imersivo (principalmente para o cativeiro), e por vezes fantástico, para não dizer até esotérico (como nas cenas do pós morte), e exala uma aura de mistério que completa a narrativa. Em princípio comparada com a série que já se tornou um clássico de ficção científica do canal, “Stranger Things” e com “Westworld”, da rival HBO, “The O.A.” ocupa uma posição delicada, onde pode ser amada ou odiada, com maior potencial para envolver um nicho específico do que o grande público propriamente dito. As temáticas e acontecimentos da série podem causar grande impacto ou impacto nenhum, dependendo exclusivamente da subjetividade do expectador, o que não permite um meio termo. Contudo, por mais que possa parecer perdida e surreal, até o último segundo a narrativa conserva uma dúvida sutil acerca da veracidade dos fatos, desafiando o indivíduo a tirar suas próprias conclusões, independentemente da experiência dos personagens. A segunda temporada, ainda sem data de lançamento, foi confirmada esta semana, com o lançamento de um teaser misterioso e de um trailer apresentando “fãs” realizando os cinco movimentos famosos e determinantes para o desfecho desta primeira temporada. Particularmente, estou ansiosa por saber mais desta trama, e espero encarecidamente que perguntas deixadas para trás sejam respondidas e mistérios solucionados. O grande plot twist ainda está para acontecer, e estou ciente de que posso gostar muito ou me decepcionar profundamente. Depois de ler inúmeras críticas, cheguei à conclusão de que faço parte do grupo específico a quem “The O.A.” cativa, desperta a curiosidade e leva a refletir acerca dos temas que aborda, mas não deixaria de recomendar para qualquer leitor deste blog. Por mais que possamos ler sobre a experiência do outro, nunca apreenderemos o máximo possível da obra a não ser que a avaliemos através de nossa própria experiência, nossa própria subjetividade. Em outras palavras, reconheço que a produção possui falhas, mas eu gostei, e acredito que se você der uma chance, pode gostar também – ou não. A única coisa certa é que não saberá até assistir e tirar suas próprias conclusões. Todos os oito episódios da primeira temporada já estão disponíveis na Netflix.


Oi Lettícia, eu assisti essa série em um dia, já que foram poucos episódios hehe, mas realmente ainda não sei se gostei dela, fiquei meio "bugada" com o final, intrigada. Quero ver a segunda temporada pra ver se minha opinião muda.
ResponderExcluirBeijinhos
Eu assisti em dois, quatro em cada dia. Fiquei confusa também, mas no fim a série me fez refletir sobre inúmeras coisas. É intrigante a forma como ela aborda os temas, cruza as narrativas e confunde todo mundo KKKKKK Um beijo :*
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