“Tudo continuava o mesmo, no entanto, não era o mesmo e, pouco antes de dormir, senti a mesma ansiedade que ainda sinto na véspera de uma viagem longa e complicada”.
Ele, um PhD em bioquímica, extremamente reservado e um tanto conservador. Ela, uma artista talentosa, excessivamente espontânea e sem medo nenhum de curtir a vida. Contrariando todos os prognósticos, Douglas Petersen – inclusive com seu senso de humor duvidoso – foi capaz de convencer a bela Connie Moore a sair com ele, e, mais tarde, a ser sua esposa. Quase vinte e cinco anos depois, eles vivem razoavelmente felizes ao lado do filho Albie, um adolescente mal-humorado de dezessete anos. Mesmo com as dificuldades em lidar com o filho, Douglas acreditava que tudo ia bem. Até que Connie o acorda no meio da noite e anuncia: quer o divórcio.
Título: Nós.
Autor: David Nicholls.
Páginas: 384 páginas.
Editora: Intrínseca.
ISBN: 978-85-8057-703-7.
“Os primeiros dias de qualquer relacionamento são pontuados por uma série de primeiras vezes: primeira vista, primeiras palavras, primeira risada, primeiro beijo, primeira nudez, etc. Estes marcos compartilhados vão se tornando cada vez mais espaçados e inócuos à medida que os dias se transformam em anos, até finalmente só lhes restar a primeira visita a alguma propriedade do Patrimônio Nacional ou algo assim”.
Albie acabara de ser aprovado na faculdade de Fotografia, e a família havia planejado uma viagem de um mês pela Europa, o Grand Tour, para que ele pudesse se inspirar e exercitar seus talentos artísticos. Enquanto Connie está pensando que – devido às circunstâncias – cancelar tudo seria a melhor opção, Douglas está secretamente nutrindo a esperança de que as férias em família podem salvar seu casamento. Mas, por mais que ele se esforce, as coisas não parecem estar melhorando. Pelo contrário. Quando Albie decide fugir e viajar sem destino pela Europa, talvez – apenas talvez – Douglas terá que enfim se acostumar a viver sem Connie.
“Bem, agora posso dizer que a vida de casado não é de modo algum um planalto. Há ravinas, grandes picos irregulares e fendas ocultas, que fazem os dois tatearem em meio à escuridão. Depois, há trechos sem brilho, ressecados, que você acha que nunca vão acabar, e grande parte do percurso é repleto de silêncio, e, às vezes, não dá para ver mesmo a outra pessoa, outras vezes, ela se distancia muito de você, ficando praticamente fora de vista, e a viagem se torna difícil. Muito, muito, muito difícil”.
Algumas Impressões
Autor de “Um Dia”, David Nicholls nos conta uma história que trás à tona questões como família, meia idade e o que aprendemos sobre nós quando as coisas que acreditávamos ser perfeitas começam a dar sinais de que estão desmoronando sobre nossas cabeças. O livro é narrado do ponto de vista de Douglas, extremamente honesto e otimista, o que me causou certa pena a maior parte do tempo. A verdade é que, quando iniciei a leitura, imaginei que a história seria de uma forma, com um fim esperado para cada um dos personagens envolvidos na trama. Porém, à medida que avançava na leitura, novos fatos me foram apresentados, e terminei o livro invertendo os papéis que havia delegado para cada um deles. Não que haja um vilão. A história trás questões comuns na vida conjugal, como traição, sentimento (e ressentimento), desconfianças, devoção, expectativas, filhos e divórcio. É, acima de tudo, a história de um homem tentando estabelecer uma relação estável e sem conflitos com o filho, e também reestabelecer - a todo custo – seu casamento com a mulher que ama.
Sobre a Intrínseca
Uma editora jovem, não só na idade – afinal foi fundada em dezembro de 2003 – mas no espírito inovador de optar pela publicação de ficção e não ficção priorizando a qualidade, e não a quantidade de lançamentos. Essa é a marca da Intrínseca, cujo catálogo reúne títulos cuidadosamente selecionados, dotados de uma vocação rara: conjugar valor literário e sucesso comercial.
Uma editora jovem, não só na idade – afinal foi fundada em dezembro de 2003 – mas no espírito inovador de optar pela publicação de ficção e não ficção priorizando a qualidade, e não a quantidade de lançamentos. Essa é a marca da Intrínseca, cujo catálogo reúne títulos cuidadosamente selecionados, dotados de uma vocação rara: conjugar valor literário e sucesso comercial.
Ainda não li nenhum livro do David Nicholls! Sempre vejo resenhas super bacanas, mas nunca fui atrás das obras. Esse foi o primeiro que realmente me intrigou. Acho que o que despertou a minha curiosidade foi este comentário final que você vez (o último parágrafo mesmo), porque deixou a história bem mais humana, parece um problema que todos nós podemos enfrentar... Com certeza, vou procurar este livro!
ResponderExcluirE, preciso dizer, me identifiquei totalmente com o Fleur de Lune, ahahahahaha, eu já sabia que ia amar só pelo layout, mas até o ranking de notas dos livros é incrível <3 hahahahahahhaha!
Beijo!
Eu não tinha lido nenhum ainda também! Eu tenho muita vontade de ler o "Um Dia", pois as resenhas que li sobre ele me deixaram curiosa, e tem o filme que ainda não vi. A história é bem humana mesmo, e o Douglas passa por coisas que todos podem enfrentar, ele tem inseguranças e principalmente medo de perder a família. Fico feliz que tenha gostado!
ExcluirSobre o blog, muuuito obrigada! Eu fiquei hipnotizada ontem quando entrei no seu blog! É muito bom saber que curtiu o meu cantinho também <3 Obrigada! Um beijo : *
Ainda não li nada do David Nicholls. Quando fiquei sabendo que o filme Um Dia foi baseado em um livro dele, fiquei doida pra conferir. O filme é lindo e, como sempre gosto mais dos livros que dos filmes, tenho certeza que vou gostar do livro.
ResponderExcluirO Nós já está na minha listinha de leituras futuras há um tempo e sua resenha me deu ainda mais vontade de ler. :)
Eu quero muito ver esse filme e ler o livro! Que bom que gostou da resenha <3 Quando ler me fala o que achou! Um beijo : *
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