Resenha: Eu Sou o Número Quatro

“No começo éramos nove. Partimos ainda pequenos, quase jovens demais para lembrar. Quase. Dizem-me que o chão tremeu, que os céus se encheram de luz e explosões. Vivíamos aquelas duas semanas do ano em que as duas luas pairam em lados opostos do horizonte. Era um tempo de celebração, e no início as explosões foram confundidas com fogos de artifício. Mas não eram”. 

      O planeta Lorien era próspero e rico em recursos naturais, pois, com o tempo, tornou-se auto-sustentável, descartando tudo o que era prejudicial ao meio ambiente. Através desta evolução, parte da população (a Garde), desenvolveu poderes, os chamados Legados, usados para que pudessem proteger o planeta. Os demais eram chamados Cêpans, responsáveis pela gestão do planeta e pelo treinamento da Garde. Naquele dia tudo era festa e os lorienos se divertiam com a comemoração: as duas luas pairavam em lados opostos do horizonte. Até que gritos foram ouvidos, e as explosões começaram. O desenvolvido e belo planeta Lorien estava sendo atacado pelos cruéis Mogadorianos. 

Título: Eu Sou o Número Quatro (Série Os Legados de Lorien - Livro Um).
Autor: Pittacus Lore.
Páginas: 352 páginas.
Editora: Intrínseca.
ISBN: 978-85-8057-013-7

“- Esperança? – ele diz. – Sempre há esperança, John. Novos acontecimentos ainda são aguardados. Nem toda informação já foi divulgada. Não. Não perca a esperança, ainda. Ela é a última coisa que se vai. Quando você a perde, já perdeu tudo. E quando você pensa que tudo está perdido, quando tudo é sinistro e sombrio, sempre há esperança”.

     Os lorienos lutaram com bravura, mas os Mogadorianos eram mais fortes. Para garantir a sobrevivência da raça de Lorien, nove Grades e seus Cêpans conseguiram escapar em uma nave, partindo rumo ao planeta Terra. Aqui, vivem escondidos entre nós até os dias de hoje, se preparando para a grande batalha. Eles são a esperança, a única chance que Lorien tem de se reerguer. Mais que isso: a única chance da Terra de se salvar da ganância dos Mogadorianos, que desejam destruir o planeta assim como fizeram com Lorien. Três já foram mortos. O próximo é o número quatro.

“O dia ficou escuro. A noite quente traz um vento suave e o céu está salpicado por luzes que piscam sem parar, nuvens que se tornam azuis, vermelhas e verdes. Fogos de artifício. Fogos que se transformam em algo mais, algo mais estrondoso, mais ameaçador, os ohs e ahs se transformando em gritos e choro. (...) Soldados e bestas entram em cena e se espalham em todas as direções, como já vi antes, bombas caem e explodem continuamente com um estrondo que fere os ouvidos, e eu sinto as reverberações no estômago. O barulho é tão ensurdecedor, que meus dentes rangem. Os lorienos reagem com tanta intensidade, tanta coragem, que me orgulho de estar entre eles, de ser um deles”.

Algumas Impressões

          Eu Sou o Número Quatro é o primeiro livro da série Os Legados de Lorien, escrita por Pittacus Lore (que eu descobri recentemente ser o pseudônimo de Jobie Hughes e James Frey). Caracterizado como ficção científica, o livro tem como temática outros planetas, seres alienígenas, a ganância por recursos naturais e a luta pela sobrevivência. Eu vi o filme há algum tempo, e desde então estava morrendo de vontade de ler o livro (e os seguintes). O enredo é envolvente, e a ideia de usar números é muito original. Confesso que a temática é o que mais me encanta, pois gosto da ideia de outros planetas habitados (o universo é muito grande para estarmos realmente sozinhos). A história é dinâmica, e mescla ação, mistério e aventura, além de um pouco de romance e humor. Recomendo para todos, sejam fãs ou não de ficção científica.

Sobre a Intrínseca

Uma editora jovem, não só na idade – afinal foi fundada em dezembro de 2003 – mas no espírito inovador de optar pela publicação de ficção e não ficção priorizando a qualidade, e não a quantidade de lançamentos. Essa é a marca da Intrínseca, cujo catálogo reúne títulos cuidadosamente selecionados, dotados de uma vocação rara: conjugar valor literário e sucesso comercial.