Resenha: Magnus Chase e os Deuses de Asgard - A Espada do Verão

“Escolhido por engano, não era sua hora. Um herói que, em Valhala, não pode permanecer agora. Em nove dias o sol irá para o leste, Antes que a Espada do Verão a fera liberte”.

       Desde a morte da mãe em um misterioso acidente no apartamento onde moravam há dois anos, Magnus Chase vive nas ruas de Boston, usando suas habilidades adquiridas para sobreviver e ficar longe de policiais e, principalmente, de assistentes sociais. Até que um dia, ele reencontra o tio Randolph, que começa a discursar sobre mitologia nórdica, uma arma perdida há muitos anos e a verdade sobre o pai do garoto. Por mais que ele ache que o tio está completamente maluco, não consegue deixar de pensar em como as coisas parecem fazer sentido, em como as peças do estranho quebra cabeças que é sua vida parecem se encaixar: histórias sobre Asgard e os nove mundos, deuses como Thor e Loki e – argh- lobos.

Título: Magnus Chase e os Deuses de Asgard – A Espada do Verão.

Autor: Rick Riordan.

Páginas: 448 páginas.

Editora: Intrínseca.

ISBN: 978-85-8057-795-2.

“É, eu sei. Vocês vão ler sobre minha morte agonizante e vão pensar: “Uau! Que maneiro, Magnus! Posso ter uma morte agonizante também?”Não. Tipo, não. Não saiam por ai pulando de telhados. Não corram entre os carros nem taquem fogo no próprio corpo. Não é assim que funciona. Vocês não vão para o mesmo lugar que eu. Além do mais, vocês não gostariam de se ver na minha situação. A não ser que tenham o desejo insano de ver guerreiros mortos-vivos fazendo picadinho uns dos outros, espadas enfiadas na narina de gigantes e elfos negros em roupas sofisticadas, nem pensem em procurar os portões com cabeças de lobo. Meu nome é Magnus Chase. Tenho dezesseis anos. Essa é a história de como minha vida seguiu ladeira abaixo depois que eu morri”. 

         É, as lendas vikings são reais, os deuses de Asgard estão se preparando para a guerra e Magnus se vê no centro de uma profecia envolvendo o Ragnarök, o Juízo Final, que selará o destino de todos os mundos. E é justamente para tentar impedir o fim do mundo que o semideus deve empreender uma importante jornada em busca de uma arma perdida há mais de mil anos. Animador né? Quando um ataque de gigantes do fogo o força a escolher entre a própria segurança e a vida de centenas de inocentes, Magnus toma uma decisão fatal. Às vezes é necessário morrer para começar uma nova vida.

“Os lábios cheios de cicatrizes se retorceram em um sorriso. O casaco branco de almirante brilhava com medalhas, mas Loki não estava exatamente usando-o de acordo com os parâmetros militares. Estava jogado sobre uma camisa preta com a cara do Jack Nicholson em O Iluminado. A legenda dizia: AQUIIIII ESTÁ LOKI!”.

Algumas Impressões 

    Desde que conheci Percy Jackson em “O Ladrão de Raios” há alguns anos atrás, fiquei completamente viciada na escrita do autor Rick Riordan. Suas histórias fantásticas entrelaçam a ficção e a mitologia de forma excepcional, despertando curiosidade e interesse pelos mais diversos mitos, sejam eles romanos, gregos, egípcios e – mais recentemente - nórdicos. O trabalho de pesquisa do autor juntamente com sua criatividade sem limites cria enredos capazes de hipnotizar e envolver completamente o leitor, independentemente da idade. Depois de ter lido todos os livros de Percy Jackson (as duas coleções, os três guias, o adicional Semideuses e Monstros e Percy Jackson e os Deuses Gregos), vi a notícia que o autor lançaria uma série relacionada à mitologia nórdica, na qual tenho imenso interesse, e desde então comecei a esperar ansiosamente pelos novos títulos. Agora posso dizer que toda a espera valeu a pena. Magnus Chase e os Deuses de Asgard – A Espada do Verão, não só cumpre com minhas expectativas, mas as supera. A história, que gira em torno do semideus Magnus, com seus dezesseis anos recém completados e sua atrapalhada e prematura morte, é repleta de referências inesperadas, comentários sarcásticos e divertidos e boas sacadas por parte dos personagens. 

     Ao contrário do que eu imaginava, o autor utilizou elementos da mitologia nórdica pouco explorados, e não conferiu tanto destaque aos deuses mais conhecidos. A própria escolha do deus que é o pai de Magnus me surpreendeu, assim como a construção do grande “vilão” da trama e a participação de nossa amada filha de Atena, Annabeth Chase, prima de Magnus. Nem todas as coisas são entregues prontamente ao leitor, que tem que construir o raciocínio e unir as pontas soltas juntamente com o personagem, que, por sua vez, é extremamente bem construído. O fato de ter perdido a mãe em circunstâncias surreais e ter sido obrigado a morar nas ruas nos últimos dois anos, confere a Magnus maturidade e senso de justiça (ao contrário de Percy, do qual acompanhamos o amadurecimento ao longo dos livros), além uma personalidade realista e sarcástica. Outro ponto alto da história é a deixa para os próximos títulos, cimentada principalmente no epílogo presente no livro. Não posso deixar de dizer que já espero ansiosamente por Magnus Chase e os Deuses de Asgard – O Martelo de Thor, e que acredito que – se você, assim como eu, gostou de Percy Jackson – vai se encantar por mais essa história muito bem contada pelo querido Tio Rick.

Sobre a Intrínseca

Uma editora jovem, não só na idade – afinal foi fundada em dezembro de 2003 – mas no espírito inovador de optar pela publicação de ficção e não ficção priorizando a qualidade, e não a quantidade de lançamentos. Essa é a marca da Intrínseca, cujo catálogo reúne títulos cuidadosamente selecionados, dotados de uma vocação rara: conjugar valor literário e sucesso comercial.