Resenha: A Ascensão dos Nove

“Eu queria voltar aos Estados Unidos o mais depressa possível para reencontrar John e Sam. Mas ontem, quando estávamos em cima da represa observando a carnificina no lago, Crayton nos disse que Setrákus Ra, o poderoso líder mogadoriano, logo chegaria a Terra, se é que já não estava aqui. A vinda de Setrákus era um sinal de que os mogadorianos nos consideravam uma ameaça, e que provavelmente intensificariam os esforços para nos matar”. 

          Antes de encontrar John Smith, o Número Quatro, eu estava sozinha. Perdi minha Cêpan, morta pelos mogadorianos, e, desde então, segui lutando, e também me escondendo, para continuar viva. Se separados já somos poderosos por conta de nossos Legados, juntos, somos ainda mais. Mas isso só vai durar até precisarmos nos separar para localizar os outros – e precisamos localizá-los. Eles sabem que o encantamento foi quebrado. Agora podemos ser mortos independentemente da ordem numérica. Sabem que sozinhos somos vulneráveis, e estão, mais do que nunca, determinados a nos achar antes que nós encontremos uns aos outros. Fui até a Espanha em busca da Número Sete e, para a minha surpresa, encontrei mais do que esperava: um décimo membro da Garde, que conseguiu escapar de Lorien. Ella é mais jovem que o restante de nós, mas igualmente corajosa. Agora, estamos á procura dos outros – de John inclusive. E eles também. Nós precisamos nos reunir. O Número Um foi capturado na Malásia. O Número Dois, na Inglaterra. E o Número Três, no Quênia. Fui capturada em Nova York, mas escapei. Eu sou a Número Seis. Eles querem terminar o que começaram. Mas, antes, terão de lutar. Nós não podemos fracassar. Nós somos a última esperança de Lorien e da Terra. Nós estamos prontos para sacrificar qualquer coisa. A força dos números irá nos salvar.

Título: A Ascensão dos Nove (Série Os Legados de Lorien – Livro Três).

Autor: Pittacus Lore. 

Páginas: 288 páginas.

Editora: Intrínseca.

ISBN: 978-85-8057-262-9.

Algumas Impressões

       Tomando como inspiração um comentário da Gab, do Cats Can’t Write, na resenha de Star Wars – O Despertar da Força: Acho que perdi minha vida para a série Os Legados de Lorien. Acredito que já comentei isso nas resenhas anteriores - na de Eu Sou o Número Quatro e também na de O Poder dos Seis -, mas quando comecei a ler o primeiro livro da série, uma amiga me disse que eu não conseguiria mais parar até terminá-la. Venho (mais uma vez) afirmar que ela estava certíssima! A série tem como autor Pittacus Lore, o mais poderoso Garde e também ancião do planeta Lorien, que por sua vez é o pseudônimo dos autores Jobie Hughes e James Frey aqui na Terra. Em Lorien, a Garde era a parcela da população agraciada com a dádiva dos Legados (ou poderes). Havia também os Cêpans, responsáveis por cuidar, proteger e treinar a Garde. Quando o planeta foi invadido pelos temidos Mogadorianos - motivados pela ganância em tomar os abundantes recursos naturais que Lorien possuía -, nove crianças da Garde foram enviadas às pressas para a Terra, com a promessa de que, ao crescerem, desenvolveriam seus Legados e enfrentariam a tirania de Mogadore. Então, quando o último inimigo fosse derrotado, estes retornariam à Lorien, e o planeta voltaria à vida.

“Em meio às nuvens de poeira e chuvas de escombros, um palco grande surge da explosão. No meio dele está Setrákus Ra. Como um astro maligno do rock, não consigo deixar de pensar. A cicatriz roxa em seu pescoço brilha intensamente acima dos três pingentes azuis no peito”.

         Na resenha de O Poder dos Seis, comentei que o primeiro volume da série deixava pontas soltas e perguntas a ser respondidas no segundo, o que acabava por aumentar a curiosidade e o envolvimento dos leitores com a história seguinte. Depois de concluir a leitura de A Ascensão dos Nove, percebi que esta é uma espécie de “marca registrada” da história, que possui uma narrativa emocionante e instigante por definição. Neste terceiro volume da série, após se separar da Número Seis e seguir rumo a um esconderijo dos Mogadorianos na Terra, John Smith, o Número Quatro, está sem seu inseparável amigo humano, Sam (que foi capturado), mas conta com a ajuda de um novo personagem, introduzido na trama no final de O Poder dos Seis: o Número Nove. Já Seis está na companhia de Marina, a Número Sete, e também de Ella, a Número Dez, que chegou a Terra em uma segunda nave saída de Lorien no dia da invasão. Com a ajuda do Cêpan Crayton, as três partem em uma viagem rumo à Índia, na esperança de encontrar o Número Oito. E, como se já não bastassem as adversidades que os remanescentes da Garde têm que enfrentar, o poderoso líder mogadoriano, Setrákus Ra, acaba de chegar a Terra. 

“O menino olha pra mim e comprime os lábios. Sua pele muda do azul para um tom intenso de cobre. Quando ele balança a cabeça, a coroa cai e os cabelos negros crescem até formar um punhado de cachos desgrenhados. Dois dos braços desaparecem, e em questão de segundos há um adolescente sem camisa sentado na grama diante de nós. O comandante Sharma arqueja. O garoto é um tanto magro, mas com o corpo bem definido. Com lábios carnudos e sobrancelhas pretas e grossas, tenho que admitir que ele é meio que lindo. Em seu pescoço está pendurado o pingente lórico azul”.

          Fazia tempo que eu não me interessava por uma série da forma como me interessei por esta, e ela tem determinado os meus pedidos para a Intrínseca. Este mês, comprei o quarto livro, A Queda dos Cinco, em uma promoção no Submarino, e vou pedir os outros dois volumes, A Vingança dos Sete e O Destino da Número Dez, para a editora. Sabe quando você sente que precisa terminar logo a leitura, pois não aguenta mais esperar para saber o que acontece no fim? A última série que me prendeu desta forma foi Percy Jackson (com seus milhares de livros). Só consegui me sentir bem depois de terminar O Sangue do Olimpo, olhar para o alto e dizer “é, agora eu sei o que acontece no fim”. Não adianta quantas páginas eu leia! O enredo de Os Legados de Lorien é extremamente envolvente e original, além de surpreender a cada nova página. Repleta de ação e também mistérios, a história leva o leitor a prestar atenção a cada detalhe, na tentativa de responder perguntas e reunir peças, como em um quebra-cabeça. O fato de os capítulos serem narrados por narradores alternados também é um ponto que chama a atenção, uma vez que se podem acompanhar coisas que estão acontecendo simultaneamente, através da visão dos diferentes números. Este terceiro livro, por exemplo, apresenta a visão da Número Seis e da Número Sete, e claro, do Número Quatro. Se você ainda não conhece, vale a pena pesquisar sobre a série e conferir as resenhas dos livros anteriores. E se já conhece, eu particularmente espero que o que sobrou da Garde consiga vencer Setrákus Ra, pois, caso o contrário, todos nós estaremos perdidos. E você?

Sobre a Intrínseca 

Uma editora jovem, não só na idade – afinal foi fundada em dezembro de 2003 – mas no espírito inovador de optar pela publicação de ficção e não ficção priorizando a qualidade, e não a quantidade de lançamentos. Essa é a marca da Intrínseca, cujo catálogo reúne títulos cuidadosamente selecionados, dotados de uma vocação rara: conjugar valor literário e sucesso comercial.