Resenha: A Queda dos Cinco

“Uma nuvem de fumaça preta e ácida está se levantando das instalações da base. As sirenes tocam em meio ao crepitar do fogo. Ouço passos próximos ressoando no asfalto; humanos e mogadorianos gritam ordens de emergência. É um caos. E pelo barulho das explosões à distância, posso dizer que não é apenas nesta parte do complexo. Algo grandioso está acontecendo por aqui, e só pode significar uma coisa”.

      Eu realmente pensei que tudo mudaria assim que encontrasse os outros. Em meus sonhos, nós pararíamos de fugir e finalmente enfrentaríamos os mogadorianos. E o mais importante, nós venceríamos. Mas eu estava errado. Nós seis somos poderosos, mas ainda não estamos fortes o suficiente para vencer um exército do Império de Mogadore. Não descobrimos todos os nossos Legados, e também não aprendemos a trabalhar em equipe. Além disso, sabemos pouco sobre os Anciões e seus planos para nós. Mas o tempo está se esgotando, e só há uma certeza: precisamos encontrar o Número Cinco antes deles. A Número Um foi capturada na Malásia. A Número Dois, na Inglaterra. E o Número Três, no Quênia. Eu sou o Número Quatro. Eu seria o próximo, mas estou vivo. A guerra está longe de terminar.

Título: A Queda dos Cinco (Série Os Legados de Lorien – Livro 4).
Autor: Pittacus Lore.
Páginas: 288 páginas.
Editora: Intrínseca.
ISBN: 978-85-8057-422-7.

“Olá Samuel”, ele disse ao se aproximar. “Sabe quem sou eu?” Balancei a cabeça, com a boca subitamente muito seca. “Sou Setrákus Ra. Comandante supremo do Império Mogadoriano, engenheiro da Grande Expansão, líder adorado.” Ele expôs os dentes no que percebi que era para ser um sorriso. “Et cetera”. Aquele que era o artífice de um genocídio planetário e a mente por trás de uma futura invasão da Terra tinha acabado de se dirigir a mim pelo nome.

Algumas Impressões

         Mais um livro da série Os Legados de Lorien. É amigos, tenho que admitir mais uma vez que estou realmente viciada, e também muito, mas muito envolvida com a história, fato que me fez ler todo este quarto livro durante uma viagem de doze horas para o Rio de Janeiro no início do mês, ignorando a dor de cabeça que me causou depois. E devo dizer que foi um dos mais emocionantes e tensos da série até agora, com momentos em que eu literalmente prendi a respiração ansiosa pelos acontecimentos que me esperavam na página seguinte. Como nos anteriores, este volume é narrado por mais de um personagem, neste caso, o amigo humano de John Smith (o Número Quatro), Sam, a Número Sete, Marina e o próprio Número Quatro. Eu particularmente acho este aspecto narrativo uma das coisas mais interessantes dos livros da série, uma vez que o leitor pode acompanhar diferentes visões de um mesmo fato, e também ações que estão acontecendo simultaneamente com os personagens.

“Sara aninha a cabeça de John no colo, acariciando seu cabelo. Ali perto, meu pai pega as mãos de Ella com delicadeza e as enfia sob as cobertas. Olho para a Garde. Eles estão acostumados a fugas e a ameaças físicas que podem ser combatidas e destruídas; mas quando o ataque vem de dentro: como vão escapar – ou derrotar?”

         A trama segue os fatos abordados nos últimos livros, como os mistérios que ainda permeiam a chegada dos lorienos a Terra, os Anciãos e os planos por trás do envio das crianças da Garde para nosso planeta e também como os sobreviventes poderão trazer Lorien de volta à vida caso a guerra contra os mogadorianos seja vencida, mas também abre muitas possibilidades. O enredo gira principalmente em torno da preparação da Garde para dois eventos: encontrar o último número restante, o Cinco, e enfim enfrentar os mogadorianos, que desde “A Ascensão dos Nove” contam com novos aliados. Mas, mesmo que agora estivessem juntos e em treinamento, nunca estariam preparados para o que estava por vir. Um evento que muda toda a história, e que, com toda a certeza, levou minha ansiedade por A Vingança dos Sete a níveis estratosféricos.

Confira as resenhas anteriores de Os Legados de Lorien: Eu Sou o Número Quatro, O Poder dos Seis e A Ascensão dos Nove.