Resenha: ZumBeatles: Paul está morto-vivo

“Para alguns, a memória mais indelével de uma vida assistindo à televisão foi o momento em que Jack Ruby assassinou Lee Harvey Oswald em 1963. Para outros, foi o pouso de Neil Armstrong na lua em 1969. Para a geração de hoje, pode ter sido a queda do Muro de Berlim em 1989 ou os ataques ao World Trade Center em setembro de 2001. Eu percebi que a televisão era mais do que seriados e eventos esportivos no dia 8 de dezembro de 1980, na noite em que Mark David Chapman tentou cortar a cabeça de John Lennon com uma foice de prata”. 

     Já imaginou um mundo ainda habitado pelos quatro Beatles? Não é uma tarefa difícil, principalmente se você, assim como o autor Alan Goldsher, estiver inclinado a acreditar no fantástico. E por isso não entenda que estamos falando apenas das habilidades de Paul com a guitarra ou do carisma de John. Apesar de extraordinários, os talentos mundanos dos Beatles pouco têm a ver com este universo. Abra sua mente, mas não muito! Nesta nova ordem, onde a zumbificação da população é uma realidade, não convém deixar seu cérebro muito à mostra, se é que você me entende. Mas, se for infectado, aproveite. A convivência entre espécies não é impossível. No entanto, um lanchinho de matéria encefálica está no menu. O efeito colateral? Talvez mais um zumbi. E não esqueça: o Processo Liverpool, do qual resultam zumbis inteligentes, rápidos e dotados de habilidades hipnóticas, é irreversível. E John Lennon, uma de suas primeiras vítimas, domina a técnica como ninguém...

Título: ZumBeatles: Paul está morto-vivo.

Autor: Alan Goldsher.

Páginas: 350 páginas.

Editora: Galera Record. 

ISBN: 978-85-01-09444-5.

 

“Antes de você mergulhar na história, vale a pena ressaltar que mental, física e artisticamente, os zumbis de Liverpool são fortes. Mas desde o momento em que foi reanimado, John Lennon era ainda mais”. 

Algumas Impressões 

        Os Beatles como zumbis... dá para imaginar uma coisa dessas? Eu sempre gostei dos Beatles, afinal, fui influenciada desde pequena a ouvir os maiores sucessos dos garotos de Liverpool, mas não posso dizer que sou fã, pois, antes de ler esta história irreverente criada por Alan Goldsher eu conhecia pouco da história de Paul, John, George e Ringo. De uma forma totalmente original e tomando como premissa alguns dos elementos mais presentes nas produções da cultura pop atual (como os zumbis, principalmente), o autor brinca com a história dos músicos. “ZumBeatles” é, na verdade, um livro reportagem, onde o enredo é narrado pelo ponto de vista do escritor, que traz ao longo das páginas várias entrevistas e informações resultantes da busca incessante pelos Beatles e por pessoas de sua história, para completar as lacunas nas pesquisas que fez para compor a trama. 

“Dez ou quinze minutos depois, voltei ao meu quarto e lá estava Paul em posição fetal, roncando loucamente, chupando o dedo, parecendo descansado, contente e um pouco acinzentado. Coloquei a mão na testa dele. Estava gelada. Sucesso. Paul McCartney estava totalmente morto-vivo”. 

         

         Misturando realidade e fantasia em um livro que, para mim, já pode se tornar um clássico para os fãs de música, o autor apresenta aos leitores a releitura da trajetória de uma das mais famosas bandas inglesas de todos os tempos, e o enredo acompanha os principais acontecimentos na vida dos músicos que acabaram se tornando mitos do século XX. Com sequências surreais, muito sangue, transformações zumbis, guitarras, muita música, ninjas dos mais variados níveis, bastidores do cenário musical, viagens pelos lugares mais distintos, criaturas fantásticas, a consolidação de uma invasão mundial e a perseguição do implacável caçador de zumbis Mick Jagger, o título revela detalhes desconhecidos por todo o mundo – até agora. De forma criativa e totalmente incomum, Alan nos faz embarcar nas particularidades do quarteto, que, mesmo depois de tantos anos, ainda faz muito sucesso, mora no coração de milhares de beatlemaníacos e conquista novos admiradores para muito além das ruas de Liverpool.

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