segunda-feira, 26 de junho de 2017

Resenha: A Arte da Criatividade

“A arte da criatividade começou como um tributo ao que todos podemos aprender com a escola de arte, mas o que espero, mais do que qualquer outra coisa, é mostrar que pensar criativamente não é uma atividade profissional – é uma forma de se relacionar com a sua vida. Criatividade não tem a ver com criar uma pintura, um romance ou uma casa, mas com criar a si próprio, criar um futuro melhor e aproveitar as oportunidades que você está perdendo atualmente”. 

Sinopse: “Em capítulos breves e atraentes, o professor e crítico de arte inglês Rod Judkins apresenta de maneira enganosamente simples alguns dos mais diversos processos criativos, mostrando como cada um de nós pode aprender com eles para melhorar nossas vidas e nosso trabalho. São conselhos improváveis, que mexem com nosso comodismo para estimular uma das áreas menos exigidas do século digital: a criatividade. Tudo isso através de um passeio pela biografia de artistas, cientistas e executivos que mudaram as regras do jogo por acaso, acidente ou ousadia, procurando momentos cruciais nas vidas de nomes tão diferentes quanto os Beatles, Frank Lloyd Wright, Michelangelo, Miles Davis, Nikola Tesla, Matt Groening, Salvador Dalí, Steve Jobs, Andy Warhol, Coco Chanel, Alexander McQueen, Frida Kahlo, James Joyce e Francis Ford Coppola”. 

Título: A Arte da Criatividade. 
Autor: Rod Judkins.
Páginas: 287 páginas.
Editora: Rocco. 
ISBN: 978-85-325-3058-5.

“É importante evitar se tornar um perito, um especialista ou uma autoridade. Um perito constantemente se refere à sua experiência passada. Repetem o que funcionou no passado. Eles transformam o conhecimento em um ritual repetitivo. Seu conhecimento se torna uma camisa de força. Mais do que isso, peritos dizem ter anos de experiência. O que eles na verdade têm é um ano de experiência repetido diversas vezes. Eles veem novos métodos como uma ameaça à sua expertise e buscam livrar-se deles”. 

Algumas Impressões 

A segunda resenha de hoje tem tudo a ver com a primeira. Se “Vai Lá e Faz”, do autor Tiago Mattos (clique para ler a postagem), tem como objetivo incentivar o gene empreendedor de cada um de nós a tirar as ideias do papel na Era digital, “A Arte da Criatividade”, do professor Rud Judkins, traz inspirações valiosas para aflorar e dar asas à nossa criatividade, o que, olhando em perspectiva, tem relação direta com o empreendedorismo. Judkins é professor na Saint Martin’s College of Art, uma das escolas de artes mais importantes da atualidade, e também ministra palestras sobre o tema em universidades e grandes corporações em todo o mundo, além de escrever artigos constantemente para a Psychology Today. Neste título, o autor (que além de tudo ainda é crítico de arte), reúne os mais diversos processos criativos e explica de forma simples e dinâmica como cada um de nós pode aprender com eles para melhorar tanto as nossas vidas quanto as atividades que exercemos. Através da figura de diferentes personalidades - dos Beatles e Michelangelo, passando por Tolkien e J. K. Rowling, e até mesmo Frida Kahlo e Steve Jobs -, “A Arte da Criatividade” propõe um passeio pela biografia de autores, músicos, artistas, cientistas e executivos, que, por um ímpeto empreendedor, corajoso, ousado ou mesmo acidental, acabaram mudando a forma como enxergamos a criatividade e seus infinitos processos e modos de ser. Reunindo estes momentos em doses curtas (com um quê de homeopáticas), este título não tem uma narrativa que precisa ser seguida de forma linear. Pelo contrário. O leitor tem a opção de seguir por infinitos caminhos, ler os capítulos fora de ordem e abrir janelas e portas que podem levá-lo a pontos de vista improváveis e, acima de tudo, muito interessantes. 

“Quando pisei pela primeira vez em uma escola de arte como aluno, eu me senti instantaneamente em casa – pela primeira vez. No colégio, a criatividade era suprimida e esmagada. Era algo que os professores e as autoridades realmente temiam. Eles a encaravam como algo perigoso, que não conseguiriam controlar. Eles afastavam os alunos da criatividade como os afastavam das drogas, dos crimes e do jogo”. 

Um dos pontos que mais me chamou a atenção neste livro, além do tema em si e do que ele propõe, foi a abordagem que o autor faz acerca da forma como a criatividade é vista e trabalhada, ou melhor, não trabalhada, nas escolas. De fato, por experiência própria, o sistema básico e tradicional não tem como objetivo principal incentivar a criatividade, e, por muitas vezes, a encara como algo perigoso, insubordinado e errado. Para citar Tiago Mattos, somos educados em um modelo padrão para seguir regras, aprender os mesmos processos e, por fim, seguir para o mercado, que, em grande parte, ainda segue o modelo “chão de fábrica” da Era Industrial. Outro ponto que, para mim, merece destaque é a forma que o autor aborda a criatividade. Quando pensamos no assunto, a primeira coisa que nos vem à mente é a atividade artística: produzir um texto, compor uma música, fazer uma pintura, entre outras. Contudo, Rud Judkins explora o termo de forma mais ampla, levantando questionamentos sobre a forma que enxergamos a criatividade no dia a dia e, o mais importante, em nós mesmos. Para ele, a criatividade não é exclusivamente designada a uma pintura, um romance ou uma casa, mas a criar a si próprio, explanar aquilo que temos de melhor e aproveitar as múltiplas oportunidades que podemos estar perdendo por conta da insegurança em nossa capacidade. É um livro que apresenta um amplo panorama acerca de técnicas úteis de pensamento criativo, e que investiga métodos usados por pessoas criativas – e que, na opinião do autor, podem ser replicados para ajudar a todos. Em contrapartida, também traz obstáculos enfrentados pelos pensadores criativos aspirantes, e as formas que estes encontraram para superá-los. É, acima de tudo, uma inspiração. E claro, uma leitura mais do que recomendada. 
Sobre a Editora Rocco
Há mais de três décadas demonstrando sensibilidade para detectar as tendências do mercado, ousadia na difusão de novas ideias e agilidade de produção, a Rocco se orgulha por ser uma editora sólida e independente, capaz de se reinventar a cada dia para atender aos anseios do público brasileiro. Seus selos são: Rocco, Rocco Jovens Leitores, Rocco Digital, Bicicleta Amarela, Fábrica 231, Fantástica Rocco, Anfiteatro e Rocco Pequenos Leitores.



2 comentários:

  1. Adoreeei, já fiquei super curiosa para ler esse livro. Criatividade é um tema bem importante mas que existe tanto mito em cima que é muito bacana sempre lermos mais sobre o assunto. Já adicionei o livro à minha listinha de desejados :)
    Beijo!

    Sorriso Espontâneo

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    Respostas
    1. Eu amei esse livro! E foi inesperado esse meu amor por ele hahaha Os pontos que o autor levanta e a forma que ele usou para falar do tema são muito bons! Um beijo :*

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