Sessão Pipoca: Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força

Informações retiradas da sinopse oficial apresentada. 

      Cerca de três décadas após a queda de Darth Vader e do Império, representado pela figura do Imperador, uma nova ameaça surge frente à galáxia: a Primeira Ordem, uma organização sombria que busca minar o poder da República, e que possui o Líder Supremo Snoke (Andy Serkis), o General Hux (Domhnall Gleeson) e o misterioso e mascarado vilão Kylo Ren (Adam Driver) como principais expoentes. Em uma incursão, a Ordem consegue capturar Poe Dameron (Oscar Issac), um dos principais pilotos da Resistência. Mas, prevendo o pior, antes de ser preso Poe enviou através do droid BB-8 uma mensagem importante, que contém um precioso - e cobiçado – segredo. Mas, ao vagar sozinho pelo desértico planeta Jakku, o caminho de BB-8 cruza com o da jovem Rey (Daisy Ridley). Deixada no planeta ainda criança, ela vive catando destroços de naves antigas, e espera o dia no qual sua família voltará para levá-la embora. Paralelamente, Poe recebe a ajuda de Finn (John Boyega), um stormtrooper que decide abandonar o posto repentinamente. Juntos, eles escapam do domínio da Primeira Ordem. Pelo menos por enquanto. Um vilão mascarado, uma Ordem a ser derrotada, uma missão a ser cumprida, a Resistência. Guerra nas Estrelas

Título: Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força (Star Wars: Episode VII – The Force Awakens).

Duração: 2 horas e 15 minutos.

Direção: J. J. Abrams.

Gênero: Aventura, Ação, Ficção Científica.

Lançamento: 17 de dezembro de 2015.

Algumas Impressões

        Eu assisti o filme logo na estreia, no dia dezessete. Mas esta resenha demorou todos estes dias para ser publicada por dois motivos: 1) eu estava me recuperando deste filme, que, à propósito, me deixou no chão, e 2) até hoje estou procurando palavras para descrever o que foi O Despertar da Força. Quem acompanha o blog e a página do Fleur sabe o quanto eu estava ansiosa para o longa, tanto que até fiz postagens especiais na tentativa de aplacar um pouco desta ansiedade (ainda não viu? Clique aqui e aqui). E devo dizer que este episódio superou todas as minhas expectativas. As minhas e as de milhares de fãs ao redor do mundo, afinal, o filme arrecadou nada menos do que U$ 517 milhões apenas nos cinco primeiros dias de exibição, estabelecendo um novo recorde de arrecadação na história do cinema. O Episódio VII também é recordista como a maior pré estreia da história, arrecadando U$ 57 milhões, e o primeiro filme a faturar mais de U$ 100 milhões em apenas um dia. Também trás no elenco atores novos, como John Boyega, Daisy Ridley e Adam Driver, e outros já consagrados e mais conhecidos do público, como Harrison Ford, Carrie Fisher e Mark Hamill. 

        Para os produtores, era um grande desafio rejuvenescer a saga já quase quarentona de George Lucas, com a missão de apresentá-la as novas gerações sem deixar de lado os fãs mais antigos. Longe de spoilers, o que posso dizer é que muitas das teorias que eu vinha formulando acerca do enredo estavam corretas - algumas apenas em parte - mas a grande maioria estava errada. E isso foi que mais gostei na trama, ela me surpreendeu. A história se passa cerca de trinta anos depois do fim de O Retorno de Jedi, e parte da estrutura estabelecida em Uma Nova Esperança, apresentando aos expectadores a já conhecida “jornada do herói” (Joseph Campbell), só que com novos personagens. 

      Rey (Daisy Ridley) é uma jovem abandonada no planeta desértico Jakku ainda criança, que aguarda o momento em que sua família retornará pacientemente. Neste meio tempo, um droid encarregado de guardar um valioso segredo cruza seu caminho, e os dois se tornam amigos. O estopim necessário para que a aventura comece. Isso não soa vagamente familiar? Por mais que a história do episódio VII não seja exatamente uma releitura do filme lançado em 1977, os principais elementos estão presentes: os stormtroopers, o vilão mascarado Kylo Ren, na posição antes ocupada pelo icônico Darth Vader, dilemas familiares, uma missão a ser cumprida e a Primeira Ordem, a nova face do Império Galáctico, uma ameaça a ser derrotada.  

     Dentre os acontecimentos surpreendentes e as reviravoltas no enredo, além das cenas de ação e aventura e a forma maravilhosa como o filme foi desenvolvido (efeitos práticos aliados à computação gráfica impecável, trilha sonora, fotografia – todos mais do que dignos de Oscar), o que mais me chamou a atenção foi o protagonismo de Rey. É fato que a franquia Star Wars sempre teve uma personagem feminina forte no centro dos acontecimentos, como Padmé e a Princesa Leia, mas nunca antes uma mulher havia ocupado o posto de protagonista da chamada “jornada do herói”. Em O Despertar da Força, Rey é o epicentro dos acontecimentos, a figura ao redor da qual a trama se desenvolve. É uma personagem forte, decidida e inteligente, pronta para espalhar o #girlpower pela galáxia. Acredito que a escolha da atriz também tenha sido determinante nessa questão. A atuação de Daisy Ridley ultrapassa a participação de Natalie Portman na franquia, e domina a tela de uma forma que nem Carrie Fisher conseguiu na trilogia clássica (apesar de ser uma diva, obviamente). Rey é uma heroína natural, que não precisa de forma alguma ser conduzida ou salva por um homem. E isso é deixado claro diversas vezes em cena.

        O ator John Boyega, também soube mostrar a que veio neste primeiro filme da trilogia sequela, e silenciou muitos dos que criticaram sua escolha para o elenco. Seu personagem, Finn, é uma espécie de alívio cômico que conquista, seja pelo desespero como lida com algumas situações ou por frases engraçadas que solta ao longo da produção, mas dotado de uma determinação intensa e comprometimento com as cenas de ação – mesmo que um pouco desajeitado. Já Kylo Ren (Adam Driver) é o antagonista que se fazia necessário nesta nova fase da saga, exercendo um dos papéis mais complexos do longa. O vilão busca a todo momento uma aproximação com sua maior inspiração, Darth Vader, mas é dono de uma determinação oscilante sobre a qual lado da Força realmente tem fidelidade. Fato determinante para evidenciar que, apesar de ser um vilão, este ainda está em construção, e possui muito - mas muito - potencial a ser explorado nos próximos filmes da franquia.

      No que diz respeito ao elenco clássico, velho conhecido do grande público, a maior representação está no personagem Han Solo (Harrison Ford), que, junto com Leia (Carrie Fisher), Chewbacca e os droids C3PO e R2D2 – acompanhados da Millennium Falcon – estabelece a conexão que os fãs estavam esperando entre o presente e o passado. Já a participação da Primeira Ordem pode ser definida por uma frase de Obi – Wan Kenobi (Alec Guiness) nos filmes anteriores, “um distúrbio na Força, como se milhões de vozes repentinamente gritassem em terror e fossem imediatamente silenciadas” (Quem ai entendeu a referência?).

      De todo modo, J. J. Abrams conseguiu criar um episódio que atuasse de forma a oferecer elementos novos ao mesmo tempo em que representa os originais. Mas, apesar de ser um filme incrível, Star Wars – O Despertar da Força não está isento de falhas. Nas trilogias anteriores, vários problemas – às vezes além da capacidade dos protagonistas – são resolvidos de formas simples. As soluções são um tanto apressadas, e isso acaba se repetindo em alguns momentos do novo filme. Outra questão é a participação da personagem Capitã Phasma (Gwendoline Christie), que possuía muito potencial e, em minha opinião, foi mal aproveitada. E, por fim, o fato do filme não se fechar em si próprio, algo que divide opiniões. O desfecho dá margem para os novos filmes, uma vez que vários fatos são deixados em aberto, como a origem da Primeira Ordem, o que gera expectativa para a continuação. Porém, para quem esperou anos por uma continuação de Star Wars, esperar mais por uma conclusão pode ser um tanto frustrante.  Mas que venha 2017! Que a Força esteja com você!