Crônica: O quão importantes são as pessoas?

       A vida tem dessas coisas. Por vezes acho que apenas minhas vontades e objetivos me levarão a seguir em frente e alcançar o que almejo, mas a verdade é que sozinhas, as iniciativas transformam-se apenas em desejos e sonhos distantes, os quais não sei como realizar. Recentemente passei por um daqueles momentos, onde paramos para refletir sobre os planos que formulamos e os lugares os quais pretendemos chegar. Uma espécie de crise existencial que me levou a duas conclusões. A primeira é que é preciso não apenas uma, mas um conjunto de coisas para me levar até o que quero – ou penso querer. Claro que grande parte vem de dentro: sei que é necessária atitude, o ímpeto de seguir em frente mesmo com as adversidades que cruzarão o caminho, e também paciência, para entender que o meu tempo não é o predominante, e que cada conquista tem o seu. 

       Mas, por mais que eu defina quantas metas achar necessário e pense em diversas formas de listá-las, sozinha não posso trilhar todos os caminhos que gostaria. A segunda conclusão a que cheguei talvez seja a mais importante: é preciso amigos, família, fé. Por vezes é duro admitir que não sou autossuficiente. Que preciso de ajuda, do apoio de alguém em determinados momentos. Que também necessito do que vem do outro para alcançar realizações pessoais. Que às vezes é preciso confiar parte das expectativas, na esperança de que o outro te auxilie – mesmo sem pedir algo em troca. Não digo isso no sentido apenas palpável, mas nas pequenas coisas, as quais considero mais importantes. Já teve um amigo, ou uma pessoa próxima com a qual sabia que podia contar em qualquer situação? Seja para compartilhar uma felicidade ou dividir uma tristeza? Para ligar naquele momento em que você mais precisa? Alguém que quer o seu bem, e faria o necessário para te ajudar a alcançar os tais objetivos? Uma pessoa que mesmo sem ter a mínima ideia do que fazer para ajudar faz questão de dizer que está ali, te apoiando? 

       Acredito que todos temos alguém assim em nossas vidas, em algum momento. Mas a questão é que nem sempre estamos preparados para aceitar que há coisas que não conseguimos concluir cem por cento por nós mesmos, caminhos que não conseguimos trilhar sem alguém para nos dar a mão e nos levantar caso aquela pedra esteja por lá e nos faça cair (dramático e um tanto clichê, eu sei). Não paramos para pensar no quão importante são as pessoas que nos cercam. Verdade seja dita, na maioria das vezes só pensamos nisso quando elas nos deixam, seja momentaneamente ou para sempre. Mas será mesmo que a máxima é verdadeira? Fiz o exercício em busca da importância das pessoas em minha vida: minha família, que sempre esteve comigo e me apoiou nos momentos mais adversos, e que me traz para a realidade quando meus sonhos tornam-se um tanto surreais (unicórnios, voar, morar em Nárnia, esse tipo de coisa que me recuso a abandonar). Amigos que me conhecendo há pouco ou há muito tempo buscam estar por perto em todos os momentos, que dividem suas conquistas e que se preocupam. Deus, que me sustenta dia após dia, ao qual eu confio minha vida e todas as preocupações. 

       A verdade é que não sei onde quero chegar com este texto (o que não é uma novidade). Acho que só queria colocar alguns pensamentos no papel (algo como dizê-los em voz alta), e provar para mim mesma que não estou – e nem preciso estar - sozinha, por mais que os momentos de aflição tentem provar o contrário. Que posso chegar a todos os lugares que pretendo, e que os sonhos e objetivos serão realizados e alcançados – no seu devido tempo. E que parte vem de mim, mas que os outros também estarão aqui, que as pessoas que me cercam são importantes, cada uma a sua maneira (que já estou em 2016, e não presa em 2015!). A vida tem dessas coisas. Não é mesmo?