domingo, 20 de março de 2016

Lugar de mulher é nos Quadrinhos sim!

A webcomic Bear, da autora Bianca Pinheiro, conta a história da garotinha Raven, e conquista leitores de todas as idades.

      Não sei se você sabe, mas têm muitas mulheres produzindo quadrinhos no Brasil. E um mercado que antes era tido como exclusivamente masculino dá lugar a um espaço mais plural e democrático, com autoras expondo trabalhos em feiras, festivais e em lojas de material independente. Pode-se dizer que esta verdadeira revolução teve início em 2014, mas foi no ano passado que ela ganhou força, com eventos específicos acontecendo nas regiões sudeste e nordeste - como o encontro Lady’s Comics, realizado em 2014 por meio de financiamento coletivo - e o aumento das publicações impressas de mulheres, seja de forma colaborativa ou através de editoras. 

      Mas é a internet a maior vitrine para as mulheres quadrinistas no país. A webcomic Bear, da autora Bianca Pinheiro, trata da história de uma garotinha chamada Raven, que está à procura de seus pais desaparecidos e conta com a ajuda de um urso gigante e extremamente gentil, Dimas. Mas apesar do traço delicado e do conteúdo apropriado para crianças, a série de quadrinhos tem um humor cativante para os mais velhos, além de várias referências à cultura pop. O reconhecimento através da web rendeu frutos, e a autora foi convidada a escrever e desenhar uma história solo da icônica personagem Mônica, criada pelo cartunista já consagrado, Maurício de Sousa.

Há cinco anos, o site Lady’s Comics reúne conteúdo para apresentar as profissionais de quadrinhos no Brasil.

     O site Lady’s Comics, criado há cinco anos para falar sobre mulheres e quadrinhos é uma iniciativa da jornalista Mariamma Fonseca em parceria com a designer gráfico Samanta Coan e a também jornalista Samara Horta. Atualmente, quinze colaboradoras fazem parte da equipe, e têm como objetivo principal reunir vídeos, pesquisas e textos para apresentar quem são as profissionais que produzem histórias em quadrinhos no país, e levar o trabalho destas quadrinistas para além da web. Outra iniciativa de sucesso é a revista online colaborativa Capitolina, cuja proposta é produzir conteúdo diferenciado para garotas adolescentes. Utilizando – se de artigos, ilustrações e histórias em quadrinhos, tem como objetivo representar as experiências vividas pelas meninas e abordar os mais variados assuntos do cotidiano – como escola, relacionamentos, games, moda e culinária -, de forma inclusiva e sem restrições. Em agosto do ano passado, a Editora Seguinte publicou um livro com os melhores artigos da revista e também textos inéditos, reunindo 41 escritoras e 23 ilustradoras. 

      O ano que passou foi determinante para que as mulheres ocupassem cada vez mais este espaço, com leitores, produtores e quadrinhistas apoiando os produtos que traziam o protagonismo feminino à tona. A Comic Con Experience, realizada em São Paulo, contou com mesas de discussão sobre o papel das minorias na cultura pop, e a Feira Internacional de Quadrinhos (FIQ 2015), realizada em Belo Horizonte, anunciou uma mulher como curadora e mais quadrinistas convidadas. É, sem dúvidas, um amadurecimento da cena de quadrinhos brasileira, e também um retorno merecido às artistas, uma vez que há agora mais do que apenas um tipo de formato e está mais do que provado que lugar de mulher é nos quadrinhos, sim senhor. Afinal, estamos avançando cada vez mais nas discussões de representatividade de grupos em produtos culturais e é claro as mulheres não iam ficar de fora.


8 comentários:

  1. Adorei essa iniciativa, não conhecia. Fico muito feliz que a participação das mulheres na produção de quadrinhos nacionais esteja, pouco a pouco, sendo reconhecida. E concordo em gênero, número e grau: Lugar de Mulher é sim nos quadrinhos (e onde ela bem entender, afinal..) Beijos!

    http://colorindonuvens.com/

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    1. Pois é, eu fiquei encantada com o número de produções legais quando iniciei a pesquisa para a reportagem <3 E fico muito feliz que o mercado está mudando. Um beijo <3

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  2. Tenho um orgulho danado dessa mulherada talentosa! É tão óbvio que lugar de mulher é, também, nos quadrinhos, que me supreendo isso tenha demorado tanto a acontecer. Já conhecia o trabalho da Bianca e adoro!
    Blog Vintee5 | Canal Vintee5

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    1. Né? Eu também! É uma surpresa e tanto perceber que apenas nos últimos anos que esta realidade tem sido modificada, não só pelo ponto de vista das autoras mas também dos personagens sabe. Temos algumas mudanças em relação à questão da objetificação das personagens, e isso me alegra demais. Um beijo!

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  3. Oiii!
    Olha, eu não sou muito íntima do universo dos quadrinhos. Não saberia, então, dizer da participação feminina e fico feliz que seu post tenha me apresentado essa informação. Mesmo que quadrinhos esteja "fora" da minha vida, acho muito bom que mulheres estejam se aventurando e conquistando seu espaço nesse meio. É importante para todos nós a busca por esse equilíbrio :)

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    1. Olá! Eu já sou o contrário KKKK Sou completamente apaixonada por quadrinhos e não conseguiria viver sem! Que bom que você curtiu a postagem e tenha recebido essa informação tão legal que eu queria compartilhar com o mundo! KKKK É ótimo perceber as mudanças no mercado de quadrinhos <3 Um beijo : *

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  4. Mulheres estão conseguindo se impor lindamente em todas as profissões. O que é maravilhoso!
    Lembrei até do filme Suffragetes, já assistiu? <3
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    1. É verdade! É tão legal olhar para trás e ver o tanto que já conquistamos né? E pensar que antigamente nem direito ao voto tínhamos. E sim! Pensei exatamente nele, e em vários outros que mostram a força das mulheres, o quanto somos guerreiras! Um beijo <3

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