quinta-feira, 27 de abril de 2017

Resenha: Branco como a Neve

Eu sou seu sangue. Eu sou sua carne. Você é meu sangue. Você é minha carne. Somos da mesma família. Somos mães e pais, pais e filhos, irmãos e irmãs, tias e tios e primos. O mesmo sangue flui em nós e a mesma crença, que é mais forte do que montanhas e mais profunda do que rios. Deus nos criou na mesma família, como membros da mesma congregação santa”. 

Sinopse: “ O mal imenso, incomensurável, cruel, sinistro é o que atrai a atenção das pessoas como um ímã. Posso negar a existência do mal, mas ao mesmo tempo fico fascinada por ele.... Recuperando-se do terror que vivenciou nas mãos da máfia, Lumikki tem a chance de deixar a Finlândia, se livrando das roupas pesadas, das lembranças sombrias... e do perigo. Ela só quer ser uma garota normal, misturar-se à multidão de turistas e aproveitar as férias. Quando Lumikki conhece Zelenka, uma jovem misteriosa que alega ter o mesmo sangue que ela, as coincidências são inquietantes. Rapidamente, ela se vê envolvida no mundo triste daquela mulher, descobrindo peças de um mistério que irá conduzi-la a uma seita secreta e aos mais altos escalões do poder corporativo. Para escapar dessa trama asfixiante, Lumikki não poderá fazer tudo sozinha. Não desta vez”. 

Título: Branco como a neve. Mãos frias. Coração congelado (Livro 02). 
Autora: Salla Simukka. 
Páginas: 208 páginas.
Editora: Novo Conceito. 
ISBN: 978-85-8163-689-4.

“Talvez fosse algum tipo de felicidade de liberdade, distanciamento e solidão. Ela estava completamente sozinha. Ela não tinha de dar satisfações a ninguém. Ninguém a chamava nem queria saber seus planos. Ela não tinha responsabilidades. Ela pensaria sobre o seu último ano de escola e um possível emprego para o resto do verão quando voltasse para a Finlândia. Agora havia apenas o calor escaldante e uma cidade que respirava história inspirando fundo”. 

Algumas Impressões 

      Sabe quando eu falo por aqui que as parcerias com as editoras são ótimas oportunidades de conhecer narrativas e autores novos e que eu adoro isso? Com a Novo Conceito não foi diferente. Esse é o nosso primeiro ano de parceria, e logo no primeiro pedido a editora já enviou onze livros de gêneros distintos para que eu pudesse ler e resenhar (clique para assistir ao unboxing), todos lançamentos dos meses de janeiro e fevereiro. E depois de participar da ação sobre “Caraval”, uma fantasia que recebemos em forma de e-book e que me conquistou (clique para ler a resenha), continuei e finalizei a leitura de “Branco como a Neve”, sequência de “Vermelho como o Sangue” e parte da trilogia que faz uma releitura sombria do conto da Branca de Neve. Antes de mais nada, preciso dizer que não li o primeiro volume, e que para me situar na história contei apenas com o auxílio de resenhas e resumos. Não que isso tenha atrapalhado minha experiência de leitura, até porque, pelo que eu pude perceber, o desfecho da primeira história é bem fechado, levando Lumikki – nossa protagonista – à conclusão da aventura (e à busca por outras, não é mesmo). Em “Branco como a Neve”, a garota está passando férias na cidade de Praga, determinada a esquecer todos os horrores que passou e presenciou nos últimos tempos e a se afastar da Finlândia e do que lá ficou. Contudo, os problemas parecem determinados a segui-la, e quando Lumikki menos espera conhece Zelenka, uma jovem misteriosa que afirma ser sua irmã. Confusa, porém, determinada a entender o mistério que permeia a história da garota, Lumikki se aproxima de sua suposta irmã, mas, junto com os mistérios vêm os perigos. A máfia, seu maior medo e desafio no primeiro livro, foi apenas o começo, pois agora ela terá de se preocupar com uma seita sombria e muito perigosa. Será que ela conseguirá escapar desta vez?

“Três meses se passaram desde que Lumikki estivera deitada em uma cama de hospital. Ela levara um tiro na coxa, mas, felizmente, a bala apenas arranhara sua pele. Pior fora o congelamento decorrente de ter ficado deitada sobre a neve. Ela se envolvera nos negócios de traficantes de drogas quando ela e sua colega de classe Elisa estavam investigando o que o pai de Elisa fazia e o que era a sacola cheia de notas manchadas de sangue que fora jogada em seu quintal”. 

        Com uma sensação latente de contos de fadas clássicos – aqueles originais, e não as versões que tanto conhecemos através das representações dos estúdios Disney -, a trama é sombria e traz terrores inimagináveis, acontecimentos marcantes e nem sempre felizes. Confesso que esta particularidade da premissa da narrativa foi o que mais me conquistou e me interessou a continuar a leitura. Por não ter lido o primeiro livro, só fiquei um pouco perdida em algumas lembranças, medos e comentários da protagonista, mas, no decorrer dos capítulos as pontas soltas acabam se conectando e muitos acontecimentos são explicados, e é possível compreender perfeitamente o panorama geral do que está acontecendo no entorno de Lumikki. Mas, como se trata de uma trilogia, algumas coisas ainda ficam subentendidas, em um suspense crescente para que possam se desenrolar no terceiro volume, “Negro como o Ébano”. Uma das coisas que mais me conquistou nessa trama foi a ambientação proporcionada pela descrição minuciosa da autora que, além de ter descrito Praga com perfeição, ainda situa a história principal com um link na Finlândia, um lugar incrível e que tenho muito interesse em conhecer. Os personagens que aparecem ao longo da história são bem colocados, mas senti que muitos tornaram-se desnecessários, o que mostra que a construção dos mesmos deixou um pouco a desejar. Entretanto, o ritmo de leitura é rápido e dinâmico, e é possível vencer as pouco mais de duzentas páginas do título em pouco tempo. Como uma última consideração, algumas das temáticas presentes na obra merecem destaque, como as discussões sobre bullying e preconceito, a crítica ao fanatismo e a presença de uma personagem transexual na trama (isso foi uma das coisas mais legais). Indicado para quem, assim como eu, tem um interesse à mais por releituras e thrillers. Tenho certeza de que este será um “conto de fadas” como você nunca viu.


Sobre a Novo Conceito
O Grupo Editorial Novo Conceito oferece sempre os best-sellers mais aguardados e comentados do meio literário. Em anos de sucesso editorial, foram vários os autores e títulos reconhecidos na principais listas do PublishNews e Veja. O selo Novo Conceito foi desenvolvido para reunir essas grandes publicações, além das novidades e lançamentos internacionais que ainda virão.


2 comentários:

  1. Estou aqui TENTANDO ler o primeiro para chegar nesse, mas está difícil haiuahiuhauiha
    É um livro curto - eu sei - mas não está fluindo pra mim =/

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    1. Pelo que eu entendi o primeiro livro é meio chato mesmo, com uma narrativa bem arrastada. Assim, eu achei esse livro bom mais pelas temáticas e algumas discussões do que pela história em si sabe. Também sinto que a autora ainda é um pouco inexperiente, e que algumas passagens deixam isso bem claro sabe. Não senti vontade de ler o primeiro.

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