sábado, 1 de julho de 2017

Resenha: A Profecia das Sombras (As Provações de Apolo)

“Eu desejava estar de volta ao Monte Olimpo, onde poderia me preocupar com coisas mais interessantes, como os últimos sucessos do tecno-pop, saraus de poesia e destruir comunidades sanguinárias com minhas flechas da vingança. Uma coisa que aprendi com a minha experiência como mortal: contemplar a morte é muito mais divertido quando é a de outra pessoa”. 

Sinopse: “Pobre Apolo. Antes, ele era o deus do Sol, da música, da poesia e da paquera. Passatempos? Tocar ukulele, amaldiçoar uma população ou outra e lançar mortais desavisados em missões esdrúxulas. Agora, é um adolescente de dezesseis anos com um problema de acne aparentemente incurável e uma pancinha de respeito. Ah, e sem poderes divinos. Ninguém mandou irritar o pai todo-poderoso do Olimpo. Para cair novamente nas graças de Zeus, ele terá que passar por algumas provações. Em sua mais nova missão, o ex-imortal terá que desvendar os mistérios de uma caverna horripilante e fantasmagórica e enfrentar alguns inimigos do passado – tudo isso sem morrer ou enlouquecer. Será que o fim está próximo para o infortunado Apolo? ”. 

Título: A Profecia das Sombras (As Provações de Apolo – Livro 02).
Autor: Rick Riordan.
Páginas: 334 páginas.
Editora: Intrínseca.
ISBN: 978-85-510-0171-4.

 
“– Como isso é possível? Outros panteões de deuses, lado a lado? – Dei de ombros. A imaginação limitada dos mortais costumava me surpreender, como se o mundo só pudesse ser uma coisa ou outra. Às vezes, os humanos pareciam tão presos ao modo de pensar quanto aos corpos mortais. Não que os deuses fossem muito melhores”.

Algumas Impressões 

Já disse por aqui e repito: Rick Riordan ainda vai falir o fandom! Por mais que eu acredite que estou completando ou mesmo já completei minha coleção de livros do autor, ele nunca decepciona e logo lança um título novo, que prende minha atenção e me leva de volta às verdadeiras odisseias vividas pelos personagens que tanto gosto, além de apresentar as diferentes mitologias de um jeito lúdico, irreverente e totalmente novo. Quando estava prestes a superar minha ressaca literária após o término da série “Os Heróis do Olimpo”, tio Rick presenteou os leitores não apenas com uma, mas com duas novas séries: “Magnus Chase e os Deuses de Asgard”, que traz a mitologia nórdica, e “As Provações de Apolo”, que retoma os eventos das séries greco-romanas se passando seus meses após o desfecho e trazendo o desafortunado ex-deus Apolo, que agora caminha sobre a Terra como o adolescente mortal Lester Papadopoulos – que, por sinal, tem um sério problema de acne (aparentemente incurável) e uma pancinha de respeito. Se você ainda não sabe do que se trata a história, deixe-me fazer um breve resumo antes de falar sobre este segundo volume: No primeiro livro, “O Oráculo Oculto” (clique para ler a resenha), após ser acusado por Zeus como o único responsável pela guerra com Gaia, Apolo perde seus poderes e é jogado na Terra como o adolescente Lester, e, como se já não bastassem suas infinitas limitações mortais, ele ainda tem de passar por provações que envolvem antigos inimigos e muito perigos. Para piorar (mais) as coisas, ele ainda está preso como “escravo” da semideusa Meg McCaffrey, e tem de cumprir todas as ordens da garota ao longo de suas missões. Nas palavras dele mesmo, “a crueldade de Zeus não tem limites”. Após passar por inúmeras situações delicadas, quase morrer algumas muitas vezes e se deparar com diversos desafios (desde enfrentar o seu passado, a abrir o coração sobre suas desilusões amorosas e frustrar-se constantemente com a condição mortal), Lester/Apolo consegue cumprir a primeira parte de seu longo caminho de volta para o Olimpo, e descobre que há muito mais em jogo do que ele poderia imaginar...

“Nunca pensei que uma pergunta daquelas partiria de mim. Quando eu era deus, teria adorado deixar os heróis mortais à própria sorte, se defendendo sozinhos. Teria feito pipoca e assistido o banho de sangue de longe, no Monte Olimpo, ou talvez só visto os melhores momentos depois. Mas, como Lester, eu me sentia obrigado a defender aquelas pessoas (...)”.

Neste segundo volume da trilogia, “A Profecia das Sombras”, Apolo ainda não se acostumou à sua condição mortal, mas começa a entender que, por mais que ele pense sempre ser o centro das atenções, o que está por vir está longe de levá-lo em consideração. O terrível Triunvirato, uma organização formada por imperadores da Roma Antiga, quer muito mais do que destruir a ele e aos que o cercam – e o pior, a cada dia tornam-se mais e mais poderosos. Apresentando novos personagens e trazendo velhos conhecidos dos fãs, Rick Riordan cria uma narrativa envolvente e engraçada, e, de um modo muito particular, acaba criando novos laços entre uma série e outra, explicando velhas questões, e claro, criando inúmeras novas dúvidas. Bem como na leitura do primeiro volume, me diverti muito com esta história, tanto por sentir que “buracos” deixados para trás em “Os Heróis do Olimpo” estão sendo respondidos, quanto pela irreverência e falta de noção de nosso narrador, que sofre com as diferenças discrepantes de sua antiga existência como deus e sua atual forma adolescente. Apolo é um dos deuses que mais reneguei durante as leituras das séries greco-romanas, mas que acabou se mostrando uma fonte infinitamente interessante de conhecimentos e histórias, e que, ainda por cima, levanta uma bandeira muito importante contra o preconceito e a favor do amor livre. Com uma complexidade distinta, e uma riqueza de detalhes impressionante, “As Provações de Apolo” apresenta uma jornada do herói incomum, além de reviravoltas inesperadas e surpreendentes, que aprofundam o leitor cada vez mais no mundo forjado por Riordan. Acima de tudo, estou adorando acompanhar o crescimento do personagem, a forma como ele passa a enxergar o mundo com novos olhos e a julgar situações que, como deus, não se posicionaria da mesma forma. E se você gosta de uma boa história fantástica e que ainda guarda um fundo histórico impressionante, não preciso consultar um oráculo para ter a certeza de que vai adorar esta trama. Uma leitura mais recomendada do que dar uma volta em um conhecido dragão, passar um tempo na Estação Intermediária ou dirigir uma distinta Carruagem do Sol.

Sobre a Intrínseca
Uma editora jovem, não só na idade – afinal foi fundada em dezembro de 2003 – mas no espírito inovador de optar pela publicação de ficção e não ficção priorizando a qualidade, e não a quantidade de lançamentos. Essa é a marca da Intrínseca, cujo catálogo reúne títulos cuidadosamente selecionados, dotados de uma vocação rara: conjugar valor literário e sucesso comercial.


4 comentários:

  1. Oi LÊ, tudo bem? Queria tanto ter interesse em ler Rick Riordan, mas o filme do Percy me estragou. =(

    De qualquer maneira ainda não descarto a leitura, quem sabe um dia conheço as histórias!

    Beijos Joi Cardoso
    estantediagonal.com.br

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    1. Oi Joi! Tudo sim, e por aí? Nossa, eu li antes do filme hahaha E adoro! Tenho tudo dele praticamente. Um beijo <3

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  2. Conseguiram cagar os dois filmes. Contudo, os livros são muito bons!

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    1. Sim, eu concordo hahaha Tanto que nem tenho eles aqui (e olha que coleciono), mas os livros tenho todos!

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