terça-feira, 8 de agosto de 2017

Resenha: Desintegrados

“Ele está lutando contra um pesadelo quando eles vêm buscá-lo. Uma grande inundação está engolindo o mundo e, no meio de tudo, ele está sendo atacado por um urso. Está mais irritado do que apavorado. Como se não bastasse a enchente, sua mente profunda e sombria mandou um bicho furioso para rasgá-lo em pedaços”. 

Sinopse: “A fragmentação tornou-se um grande negócio com poderosos interesses políticos e corporativos em jogo. O governo não quer apenas continuar com ela, como também expandi-la. Cam foi feito inteiramente com as melhores partes de fragmentados e, tecnicamente, ele é um garoto que não existe. Um verdadeiro Frankenstein do futuro, que luta para encontrar sua identidade e se questiona se um ser como ele pode ter alma. Quando as ações de um sádico caçador de recompensas ameaçam a causa de Connor, Lev e Risa, o destino de um deles é ligado ao de Cam. A aguardada sequência de Fragmentados desafia a suposição de onde começa e termina a vida e o que realmente significa viver”. 

Título: Desintegrados (A sequência de Fragmentados). 
Autor: Neal Shusterman.
Páginas: 414 páginas.
Editora: Novo Conceito. 
ISBN: 978-85-8163-810-2.

 

“Mas, antes que ele possa começar a curtir a expressão chocada dos pais, ocorre-lhe que essa informação secreta poderia ter sido usada como objeto de barganha. Se ele tivesse dito ao pai o que sabia, poderia ter se blindado contra a fragmentação! Como pode ter sido estúpido a ponto de não pensar nisso quando faria diferença? ”. 

Algumas Impressões 

Antes de mais nada, preciso dizer que este é o segundo livro de uma série da qual não li o primeiro livro, mas a premissa me interessou tanto que precisava saber um pouco mais sobre a trama. Portanto, para fazer a leitura de “Desintegrados”, do autor Neal Shusterman, contei com a ajuda de dezenas de resenhas que encontrei pela blogosfera afora – e devo dizer que as opiniões quanto a série são bem divididas. Inevitavelmente, como se trata de uma sequência, vou falar um pouquinho aqui sobre alguns pontos do primeiro livro, então, se você ainda não sabe nada sobre esta série, cuidado com os spoilers! Neste livro, o trio de personagens que é apresentado em “Fragmentados” continua sua saga para passar da idade onde o Governo estabelece a fragmentação, mas esta jornada não será nada fácil. Eles não contavam com tantos problemas que acabariam tendo que enfrentar no caminho, e muito menos com o aparecimento de Cam, um dos melhores personagens criados pelo autor. Ele não é apenas uma espécie de super-humano muito interessante e intrigante, mas também uma peça fundamental no contexto da narrativa, principalmente no que diz respeito à sobrevivência de nosso trio de protagonistas fugitivos. A pergunta que ficou na minha mente durante quase todo o enredo, e que permaneceu ao concluir a leitura foi até que ponto é possível se sacrificar em nome da segurança dos amigos, e o quanto a lealdade de um acaba sendo determinante para a trama.

“Todo fragmentário desertor rouba. É um argumento que as autoridades gostam de usar para convencer o público de que fragmentários são maçãs podres da casca até a semente – que a criminalidade faz parte de sua própria natureza, e a única forma de separá-los dela é separá-los de si mesmos”. 

O mundo distópico criado para esta narrativa cumpre com o que promete apesar de alguns bons e velhos clichês, mas não deixa de envolver e encantar o leitor em uma história que pega emprestado conceitos da ficção científica e, por que não, também da fantasia e até do romance. De uma maneira muito única e intrigante, Neal faz com que a imaginação do leitor corra de forma um tanto desenfreada, pensando em inúmeros pequenos fatos presentes em ambos os volumes, e que, juntos, acabam compondo o quebra-cabeças que é esta narrativa, afinal, a complexidade não é entregue de cara e é preciso se aprofundar na mente dos personagens para entender a real profundidade do enredo. Os assuntos abordados, como aborto, até que ponto os governantes podem interferir em nossas vidas e até mesmo até que ponto os pais podem escolher para os filhos (como no caso das crenças religiosas), são muito atuais e pertinentes, e, através desta narrativa de ficção, ganham uma nova perspectiva. O ritmo de leitura é bom, uma vez que a narrativa não se deixa cair na mesmice e mantém um fluxo constante de acontecimentos e gatilhos que criam dúvidas ao mesmo tempo em que respondem questões. De acordo com algumas resenhas que li, o primeiro livro não deixa tantas brechas para uma continuação, contudo, cá está “Desintegrados”, cheio de possibilidades que despertam a curiosidade para um terceiro livro. Com uma narrativa eletrizante, este é aquele tipo de livro que nos faz temer por nossas próprias vidas, e, por isso, é mais do que recomendado.
Sobre a Novo Conceito
O Grupo Editorial Novo Conceito oferece sempre os best-sellers mais aguardados e comentados do meio literário. Em anos de sucesso editorial, foram vários os autores e títulos reconhecidos na principais listas do PublishNews e Veja. O selo Novo Conceito foi desenvolvido para reunir essas grandes publicações, além das novidades e lançamentos internacionais que ainda virão.




2 comentários:

  1. Eu estou com essa belezinha aqui, mas não comecei porque não li o primeiro ainda =S
    E adorei a premissa da história!

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    1. Eu sei como você se sente! Mas eu queria muito saber a história, por isso acabei apelando para resenhas do primeiro livro. Gostei e quero para mim! Hahahaha Um beijo :*

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