quinta-feira, 28 de junho de 2018

#02 Clube de Quadrinhos: Breve história dos quadrinhos norte-americanos | Canal do Fleur

Agora que você já tem bons motivos para começar a ler HQ’s, eu tenho uma história para te contar! No segundo episódio da série Clube de Quadrinhos, falei um pouco sobre a origem das histórias em quadrinhos norte-americanas, que são as mais populares do seguimento, seguidas de pertinho pelas orientais, que são os mangás. Para começo de conversa, Will Eisner define as histórias em quadrinhos como uma espécie de “arte sequencial”, e, para alguns pesquisadores, ela teria surgido ainda na pré-história, já que as inscrições que os nossos antepassados deixaram nas cavernas nesse período podem ser consideradas como a origem mais remota desse tipo de arte. Contudo, considera-se que o modelo de quadrinhos moderno teve seu início em 1895, quando Richard Felton criou para o jornal norte-americano New York World uma série de tiras chamada The Yellow Kid. As histórias do personagem que dava a nome a tira eram publicadas semanalmente no suplemento de domingo American Humorit, e logo se tornaram a maior atração do jornal. 

Com a popularização das comic strips, as tiras de quadrinhos, começaram a surgir agências distribuidoras desse tipo de material, que, nas primeiras décadas do século XX eram essencialmente de humor ou caricaturas. Essas agências eram chamadas de syndicates, e a primeira, a International News Service foi criada em 1912. Os desenhistas eram contratados para a produção de uma série de histórias em quadrinhos e elas eram enviadas para os jornais que possuíam contrato com a agência. (dessa forma, as mesmas tiras eram publicadas em diversos jornais e revistas). O sucesso das tiras nos seguimentos dominicais fez com que elas se dividissem em três gêneros principais, sendo cômico ou formação (como o The Yellow Kid, por exemplo), o de aventuras, que trazia personagens como o Popeye (que depois foi popularizado pela TV), Flash Gordon e Tarzan, e ainda o gênero conhecido como superaventura, que teve início em 1938 e se mantém até hoje.


Por mais que as tiras já fizessem sucesso desde meados de 1900, foi apenas em 1930 que o modelo de revistas em quadrinhos começou a tomar forma nos Estados Unidos. Isso porque, em 1933, a editora Eastern Color Printing Company começou a publicar o título Funnies on Parade, um livro que compilava as tiras dos jornais lado a lado em uma única página, seguindo o formato tabloide. No começo, a publicação era vendida à empresa Procter & Gamble (P&G) para ser distribuída como um brinde.  Mas, já no ano seguinte, a Eastern passou a vender os títulos por dez centavos de dólar cada, o que fez com que  arrecadassem cerca de 30 mil dólares por mês. Com todo esse sucesso outras editoras começaram a investir na proposta publicando as tiras de jornais de uma forma recondicionada. A partir daí o formato se mostrou tão promissor que, em 1937, começaram a funcionar os primeiros serviços de produção editorial com uma linha similar ao da indústria de vestuário. Em outras palavras, o trabalho era feito seguindo uma linha de produção, onde os roteiristas criavam o roteiro, passavam aos ilustradores já veteranos ou recém-graduados, e eles montavam a história repartindo a ação em uma série de quadros simples.

Depois, eles elaboravam os desenhos à lápis, davam forma aos cenários, adornavam com tinta nanquim, inseriam os diálogos do roteiro e definiam as cores a serem seguidas pela gráfica. Nessa época, apesar do sucesso, ainda não era considerado um mercado muito rentável, mas, no cenário norte-americano pós a Grande Depressão, era pelo menos uma garantia de trabalho para os artistas, principalmente para os mais jovens. Até que, em 1938, dois artistas, o Jerry Siegel e o Joe Shuster, venderam para a National Allied Publications uma história de treze páginas que redefiniria o modelo de quadrinhos norte-americano e influenciaria inúmeros personagens dali em diante. E essa história se chamava Superman! E é isso! Se você curtiu o conteúdo, quer fazer alguma sugestão ou pedir uma indicação de livro, filme, série ou quadrinho, deixa aqui nos comentários! Ah, e não esquece de se inscrever no Canal do Fleur! 

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