Sinopse: "Por que uma garota morta mentiria?" Baseada no best-seller de Jay Asher, a série original Netflix 13 Reasons Why acompanha Clay Jensen que, ao voltar da escola, encontra uma caixa misteriosa com seu nome na porta de casa. Dentro dela, ele encontra fitas-cassetes gravadas por Hanna Baker - sua colega de classe e paixão secreta - que cometera suicídio duas semanas antes. Nas fitas, Hanna explica as treze razões que a levaram à decisão de acabar com a própria vida. Será que Clay foi uma delas?
Titulo: Os 13 porquês (13 Reasons Why).
Episódios: 13 (50 minutos cada).
Temporadas: Uma.
Direção: Carl Franklin, Gregg Araki, Helen Shaver, Jessica Yu, Kyle Patrick Alvarez, Tom McCarthy.
Gênero: Drama, Mistério.
Lançamento: 31 de Março de 2017.
O livro “Os 13 Porquês”, lançado em 2009, já faz parte da minha listinha de desejados há muito tempo, mas era muito difícil encontrá-lo para comprar, e por isso fui adiando e passando outros livros da lista na frente (normal). Resultado: acabei não lendo e não comprando. Então começaram os boatos de que a Netflix iria lançar a série e eu surtei, porque, se já era louca para ler o livro, imagina ter uma serie baseada nele então? Seria o máximo! Aguardei com muita ansiedade até que finalmente a lançaram, no último dia 31 de março. Confesso que queria muito ler o livro antes de ver a série, afinal, com a repercussão está bem mais fácil encontrá-lo para comprar, mas não aguentei e fiz uma “maratoninha” de dois dias assim que ela ficou disponível na Netflix. A temática é bastante complicada de lidar e transmitir, pois fala sobre suicídio, bullying e estupro (sim a série é bem pesadinha), entre outros fatores presentes no nosso dia a dia, principalmente dos jovens - e há quem lute para que isso tenha um fim diariamente. A série nos faz abrir os olhos e os ouvidos para os pedidos de ajuda de pessoas que estão passando por problemas psicológicos, ou até mesmo que apenas precisem de amigos, alguém para conversar e em quem confiar (o que está bem difícil hoje em dia).
A questão é: eu fui diagnosticada com um transtorno muito grande de ansiedade e isso, se não for tratado, leva a depressão (que foi o meu caso) e consequentemente pode levar ao suicídio. Só quem passa por esses problemas entende o que é e sabe o quanto é grande a vontade de não viver mais. Eu assisti a série me vendo na Hanna e me identificando bastante com algumas coisas que aconteceram com ela, como a falta de amigos, de ter em quem confiar, de ter alguém para simplesmente conversar e se abrir. A personagem demonstrou várias vezes ao longo da narrativa que precisava de ajuda, mas, como ninguém a ajudava ou simplesmente escolhia a ignorar, as coisas só pioravam. E eu me via nela enquanto assistia por ter passado por situações semelhantes. Mesmo a pessoa tendo família e muitas pessoas por perto, ela tende a se sentir vazia e sozinha - como era o meu caso e também o da Hanna. Procurei tratamentos e psicólogos, e hoje, como ainda estou em tratamento, me sinto bem melhor do que antes. Espero um dia me curar dessa doença. Fico imaginando como seria se mais pessoas tivessem a mesma sorte que eu, se pudessem e procurassem ajuda, e tivessem a oportunidade de fazer um tratamento e contar com pessoas como apoio. Não há como saber exatamente, mas talvez elas não acabariam com as suas vidas - como acontece com várias pessoas ao redor do mundo, principalmente jovens.
“ Temos que melhorar a maneira como tratamos uns aos outros e olhamos uns pelos outros, de alguma forma temos que melhorar... – Clay Jensen”
Gostei bastante da série, e, além das questões impactantes envolvendo a temática, ela teve um alcance muito grande de público por conta do que vem sido discutido ultimamente, principalmente na internet (como no desafio da “Baleia Azul”), além de ter gerado uma maior visibilidade para estes assuntos tão importantes. Acredito que ela cumpriu o seu objetivo de alertar, de fazer outras pessoas mudarem de ideia e incentivá-las a procurar ajuda, mostrar que, sim, sua história pode ter um fim diferente. Que você tem oportunidade de conseguir ajuda e mostrar para quem não tem problemas psicológicos a importância de ajudar os outros, de escutar o pedido de socorro de quem precisa, e, acima de tudo, de mostrar que problemas psicológicos são doenças como qualquer outra. Afinal, não é só porque ela não está exposta para todo mundo ver que ela não existe e não precisa ser tratada com atenção. Temos de parar de usar a boa e velha desculpa ignorante do “isso é apenas mimimi”, desqualificando um problema sério e tratando-o como se fosse frescura, preguiça, entre outros adjetivos pejorativos que são atribuídos a pessoas que precisam de ajuda. A mensagem que fica é: critique menos e ajude mais, e espero que aqueles que não convivem com estes problemas tenham entendido e guardado para si o que a série quis passar.
Li e ouvi vários relatos de pessoas que acharam uma péssima ideia o fato da série abordar estas temáticas, com a justificativa de que ela estaria “puxando o gatilho” para quem está à beira de cometer suicídio, assim como a personagem principal. Segundo estas pessoas, quem está na mesma situação podem acabar seguindo o exemplo de Hanna, pois verão o ato como se fosse o melhor a se fazer. Entretanto, o grande mote da produção é justamente abrir os olhos destas pessoas, impactando e representando o impacto que este tipo de gesto causa não apenas na própria pessoa (ou seja, a morte) mas em todos os que a rodeiam, amigos e família. Não há nada glamouroso ou libertador em cometer suicídio, pois a ação gera reações e dezenas de impactos. Como uma pedra sendo jogada em um lago tranquilo, que acaba por fazer a água reverberar. De qualquer forma, cada um com sua opinião não é mesmo? Pelo menos para mim, a série foi um “mal” necessário para que eu pudesse abrir os olhos, e entender que NÃO preciso e NÃO posso terminar como a Hanna. Para finalizar esta minha primeira postagem aqui no Fleur, tenho um conselho para quem tem problemas psicológicos ou que está passando por uma situação semelhante à retratada na série: se afaste de qualquer coisa ou pessoa que te faz mal. Isso já vai ajudar em 50% no processo de tratamento e na forma de lidar com seus problemas, crises e etc.
Recomendo a série sim e espero que todos vocês vejam até o final e reflitam sobre a mensagem que ela pretende deixar. Além disso, a série é bem envolvente, prende o expectador do início ao fim e você fica bem curiosa (o) para saber o desfecho! Se você assistiu, deixa aí nos comentários o que achou da série! Ah, e para quem precisar conversar ou busca ajuda, é só ligar para a Associação de Prevenção do Suicídio, também chamada de Centro de Valorização da Vida. Lá eles oferecem apoio 24h, gratuito e sigiloso, e você pode entrar em contato pelo telefone 141, e-mail, chat e Skype. Lembre-se sempre que você consegue sim! Os seus problemas têm solução! Agarre essas chances, se cure e viva bem. Sua vida vale a pena. E também é sempre bom lembrar: #NãoSejaUmPorque.
Este post é de autoria da colaboradora Nathália Santos. Libriana, futura jornalista, apaixonada por fotografia, palavras, filmes, séries, livros e tudo que trás paz pro coração. Ama transmitir coisinhas boas e veio deixar esse universo "unicorniano" ainda mais lindo, brilhoso, colorido e feliz com postagens sobre séries que você precisa assistir!
Essa série me atingiu de um jeito que eu não sei nem explicar. O episódio 12 foi o pior. Mas não foi como se fosse uma coisa ruim, apenas abriu os olhos.
ResponderExcluirEla é bem pesada mas precisa ser vista, as pessoas percebem muitas coisas depois de assistir a série. Tem post lá no blog sobre ela também :)
Beijo!
Sorriso Espontâneo
Eu acredito que ela trás uma discussão muito interessante e pertinente. Uma discussão que precisa ser trazida à tona, tomando o cuidado com os gatilhos né. Também concordo que ela precisa ser vista! Ah vou ler <3 Um beijo :*
ExcluirPor um lado, eu entendo quem considera a série um gatilho, porque a temática presente acaba, sim, abalando quem já está com o psicológico mais fraco. No entanto, é justamente o que você citou. O seriado não é para aqueles que sofrem disso, mas para aqueles que praticam cada uma dessas ações. É um aviso, um outdoor estampado em todos os cantos. Eu fiquei muito feliz quando soube da repercussão e da taxa de pessoas que resolveram procurar ajuda depois de entender a ligação do seriado. Ainda não tive a oportunidade de ver nem de ler o livro, mas sei sobre a história rs, então sei o quanto ela é pesada, mas vale muito a pena que se torne cada vez mais visível ♥
ResponderExcluirSim, eu também entendo essa questão do gatilho, mas acredito que a série precisa ser vista pelo maior número possível de pessoas. Porque as discussões são muito pertinentes. Nos últimos dias ninguém fala de outra coisa, e o público amplo está sendo atingido de alguma forma. Mesmo as pessoas que têm problemas psicológicos estão sendo influenciadas a pedir ajuda né. Também não assisti ou li o livro, justamente porque quero ler primeiro. Mas a Nat, que escreveu a postagem, disse que é pesada mas ótima. Um beijo <3
ExcluirMe senti como você, vi na série um motivo pra ir atrás de tratamento. TAMO JUNTO!
ResponderExcluirPois é! É uma série cheia de gatilhos, mas abre os olhos para coisas que às vezes não estávamos observando. Reconhecer o problema e procurar ajuda são passos essenciais <3 Um beijo :*
Excluir