sexta-feira, 5 de maio de 2017

Resenha: Fox Craft: A Magia da Raposa

“Os sem-pelo de duas patas raramente entravam ali, mas estavam por perto, acuando, andando de um lado para o outro, marcando o tempo de sua vida barulhenta. O Grande Grunhido era o mundo deles, proibido para jovens raposas: uma terra dura de prédios altos e esmagadores de olhos que nunca piscavam. Raptores espreitavam quando o sol nascia, os sem-pelo com varetas cercando raposas que nunca mais eram vistas”.

Sinopse: “Eu sou destemida. Eu sou solitária. Eu sou raposa. Escondidas nas profundezas da floresta vivem raposas selvagens e indomáveis. Elas protegem seu segredo e sua antiga magia – a Foxcraft. Mas um perigo sombrio ameaça seu mundo! A filhote Isla não sabe de nada, vive em paz e em segurança. Até que um dia descobre que sua família sumiu. Ela agora está sozinha e precisará de muita coragem e astúcia para sobreviver na terra dos sem-pelo. Mas em quem Isla pode confiar? Quem é seu amigo e quem é seu inimigo na busca pela sua família? ”. 

Título: Fox Craft: A Magia da Raposa.
Autora: Inbali Iserles.
Páginas: 272 páginas.
Editora: Rocco Jovens Leitores.
ISBN: 978-85-7980-295-9.

“Senti um cheiro amargo. Vi raios de luz vermelha no meio da escuridão da toca. Farejei uma fumaça brotando em colunas lentas, turva contra os últimos raios de sol. Um arrepio de medo percorreu minha espinha. Onde estava minha família? Eu não os sentia”.

Algumas Impressões 

      Adoro histórias com aquele ar de fábula, e que de uma forma muito nostálgica acabam me transportando para momentos felizes da infância. E depois que li “Pax” (clique para ler a resenha), ando absolutamente obcecada por tramas com raposas. Acho que já deu para entender porque solicitei “Fox Craft: A Magia da Raposa” assim que vi o livro na News da Editora Rocco né?! O livro do autor Inbali Iserles conta a história de Isla, uma filhote de raposa que tinha uma vida muito tranquila ao lado de sua família e de seu irmão Pirie, juntos desde o nascimento e protegidos desde sempre pelos pais e a avó. Até que a fábula chega ao fim, e um dia, após ficar para trás na volta para casa, Isla se vê numa situação impensável e complicada: raposas estranhas e más tomaram sua toca, e sua família não está em lugar algum. A partir daí a raposinha terá de ser corajosa para embarcar em uma arriscada jornada atrás deles, passando por territórios desconhecidos e nos quais nunca imaginou que iria. Lugares perigosos, habitados pelos sem pelo e pelo desconhecido. Mas, ao que parece, estes não são seus únicos desafios, uma vez que as raposas que tomaram sua casa nunca desistirão de encontrá-la. E enquanto Isla se vê neste cenário desesperador, alguém aparece para ajudá-la. Mas, será mesmo que ela pode confiar em um completo estranho? O que ela realmente terá de enfrentar?

       Devo confessar que não terminei a obra da mesma forma como iniciei. Ainda nas primeiras páginas eu estava empolgada com a possibilidade de conhecer o enredo através dos olhos de Isla, sentir o que ela estava sentindo, principalmente todo o medo e a coragem necessários para enfrentar o desconhecido. Isso sem falar na solidão e na ansiedade por encontrar logo as raposas que tanto amava e acabar com aquele pesadelo no qual sua vida aparentemente se tornou do dia para a noite. Contudo, por mais que a personagem seja muito doce e a premissa seja encantadora para uma boa fã de fábulas, o desenvolvimento da trama não conseguiu me envolver de forma a manter a empolgação. A narrativa se torna arrastada em vários pontos, e até mesmo um pouco repetitivas. Por mais que novos elementos sejam inseridos ao longo da trama (como a famigerada magia citada no título), o ritmo de leitura tornou-se lento e um pouquinho chato. Mas nem só de coisas ruins viveu a trama, pelo contrário. Tirando este problema de desenvolvimento do ritmo narrativo, a parte da magia muito me conquistou, bem como a simplicidade da história, e gostei bastante da forma como a raposinha aprendeu mais sobre si mesma e sua capacidade ao longo dos capítulos. Outro ponto positivo é a comunicação entre as raposas e o fato de que não compreendem a linguagem dos homens (algo que também gostei em “Pax”). Por se tratar de um primeiro volume de uma série, o enredo é mais introdutório, mas ainda acredito que outras questões poderiam ter sido melhor exploradas do que apenas as passagens de Isla perdida na cidade e a perseguição que sofreu. Mesmo com seus defeitos, não é uma leitura ruim (se você conseguir superar a questão do ritmo), e provavelmente continuarei com a série. No mais, o visual da edição chama a atenção, com uma capa maravilhosa e um mapa bem detalhado, que auxilia o leitor a se situar na narrativa.
Sobre a Editora Rocco
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